Quais os direitos que envolvem as mães?

por | maio 11, 2023 | Direito de Família | 0 Comentários

Os direitos da maternidade são uma importante área de proteção das mulheres e crianças. O Estado garante uma série de direitos às mulheres que estão grávidas ou que acabaram de ter filhos, a fim de proteger tanto a mãe quanto a criança em questão. Vamos entender sobre algumas questões que envolvem a maternidade e o direito das mulheres? Me siga até o fim deste artigo!

1 – Gestante tem direito à pensão alimentícia?

2 – Uma mãe tem direito de amamentar seu filho?

3 – Mãe adotiva tem direito a licença maternidade?

4 – É possível incluir o sobrenome da mãe socioafetiva no nome da criança?

5 – Duas mulheres que formam um casal homoafetivo podem registrar um filho no nome das duas?

6 – No casamento, a mulher tem direito de escolher sobre não ter mais filhos?

Gestante tem direito à pensão alimentícia?

Um dos direitos mais conhecidos é o direito a alimentos gravídicos, que é o direito da mãe de receber uma quantia em dinheiro para custear as despesas relacionadas à gestação. Esse direito é assegurado desde a concepção até o parto, e é uma forma de garantir que a mãe possa ter uma gestação saudável e sem preocupações financeiras.

Têm como finalidade prover as despesas adicionais da gestação, tais como alimentação especial, vitaminas, medicamentos, além dos custos com exames e consultas médicas. Essa pensão é devida desde a concepção até o parto e pode ser requerida pela mãe ou pelo feto.

Para solicitar os alimentos gravídicos, é necessário que a gestante comprove a necessidade do benefício, mediante apresentação de documentos que comprovem as suas despesas e a sua condição financeira. É importante destacar que a obrigação de pagar os alimentos gravídicos é do pai da criança, ainda que ele não tenha reconhecido a paternidade ou que não tenha havido união estável entre os genitores.

Vale ressaltar que os alimentos gravídicos não substituem a pensão alimentícia comum, que é devida após o nascimento da criança e visa garantir a sua subsistência. Os alimentos gravídicos são uma obrigação específica e temporária, destinada a assegurar a saúde e o bem-estar da gestante e do feto durante a gestação.

Uma mãe tem direito de amamentar seu filho?

Sim! O direito a amamentar garante à mãe o direito de amamentar o seu filho pelo tempo que achar necessário. Esse direito é garantido por lei e é uma forma de garantir que a criança receba os nutrientes necessários para crescer e se desenvolver de forma saudável.

O direito de amamentação é protegido pela Constituição Federal, que estabelece que é dever do Estado assegurar à criança o direito à alimentação adequada, incluindo o aleitamento materno. Além disso, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) também prevê que a trabalhadora tem direito a dois descansos especiais de meia hora cada um, durante a jornada de trabalho, para amamentar o próprio filho até que ele complete seis meses de idade.

Mãe adotiva tem direito a licença maternidade?

A licença maternidade é um direito assegurado à mãe biológica e adotiva. Essa licença permite que a mãe se afaste do trabalho temporariamente, a fim de cuidar do seu filho recém-nascido ou recém-adotado. Essa licença é fundamental para garantir que a mãe possa se dedicar exclusivamente ao cuidado do seu filho.

A licença maternidade para a mãe adotiva tem a mesma duração da licença para a mãe biológica, que é de 120 dias. Além disso, a mãe adotiva tem direito a estabilidade no emprego pelo mesmo período, ou seja, até 5 meses após o início da licença.

Para ter direito à licença maternidade, a mãe adotiva precisa comprovar a adoção por meio de uma sentença judicial, e o recém-nascido ou a criança deve ter até 12 anos de idade. Além disso, é necessário que a mãe adotiva esteja trabalhando e contribuindo para a Previdência Social.

É possível incluir o sobrenome da mãe socioafetiva no nome da criança?

Sim! A inclusão do nome da mãe socioafetiva no registro de nascimento é um direito garantido às mulheres que estabeleceram um vínculo de afeto com a criança. Esse direito permite que a mãe socioafetiva seja reconhecida legalmente como mãe da criança, mesmo que não tenha relação biológica com ela.

Duas mulheres que formam um casal homoafetivo podem registrar um filho no nome das duas?

O registro de nascimento da criança por casais de mulheres homoafetivas também é um direito garantido por lei. Essa medida permite que as duas mães sejam reconhecidas como genitoras da criança, e não apenas uma delas. O Supremo Tribunal Federal reconheceu, em 2011, a união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, equiparando-a à união entre pessoas de sexos diferentes, com isso passaram a ter direitos similares aos dos casais heterossexuais, incluindo o direito à adoção.

Para registrar a criança, é necessário que ambas sejam habilitadas no processo de adoção e que cumpram os demais requisitos legais. Outra forma de reconhecimento da parentalidade em casais homoafetivos é a reprodução assistida. Por meio da inseminação artificial, uma das mulheres pode gerar o filho biologicamente, e a outra pode registrar a criança como mãe por meio do procedimento de adoção unilateral.

No casamento, a mulher tem direito de escolher sobre não ter mais filhos?

A escolha da mulher em não ter mais filhos é um direito fundamental que deve ser respeitado. O planejamento familiar é uma forma de garantir que a mulher tenha controle sobre o seu corpo e sobre a sua vida reprodutiva, e que possa escolher se quer ou não ter mais filhos, usando métodos contraceptivos ou até mesmo a laqueadura, disponibilizada pelo SUS e assegurada como direito de escolha da mulher sem a obrigação da anuência do marido.

Em resumo, os direitos da maternidade no Direito de Família são fundamentais para garantir a proteção da mãe e da criança, bem como para garantir que a mulher tenha controle sobre o seu corpo e sobre a sua vida reprodutiva. Esses direitos devem ser respeitados e garantidos pelo Estado, a fim de promover a igualdade de gênero e a proteção da família.

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O texto acima é meramente informativo, o seu caso deverá ser analisado através da consulta com o advogado especialista em Direito de Família.

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